sábado, 3 de maio de 2014

O Começo da Dança. A dança do Começo

 Estava a paixão, em um dia de ócio, recostada em uma árvore à beira da estrada que leva ao coração, pensando “O que será do meu dia?” afinal, não havia nada a fazer, todos os outros sentimentos estavam longe, descansando de um dia longo de trabalho exaustivo, mas a paixão não, pois já tinha tempos que aquele grande coração não a dava trabalho.  Foi quando viu que havia alguém vindo pelo caminho do coração, este alguém era o nobre carinho, que vinha saltitante e com uma rosa na mão, então a paixão resolveu chama-lo.
- Ei, carinho, tudo bem?
 O cortes e galante carinho então respondeu:
- Olá, paixão, tudo ótimo neste belo dia, e você, como vai? Vejo que ainda está linda, como sempre.
 A paixão ficou vermelha de vergonha pelos elogios do carinho, mas prosseguiu:
- O que faz por estas bandas? Fiquei sabendo que os sentimentos como nós não estão recebendo trabalho faz um bom tempo.
- Realmente, há um tempo eu fui substituído pelo ímpeto da ganância, mas acredito que os tempos de ouro estão por voltar, paixão. Enquanto vou por ai, colhendo rosas e bolando historias.
 A paixão ficou realmente intrigada com o que o carinho disse, será que realmente haveriam os tais “tempos de ouro” que ele falara? Mas logo outra ideia tomou conta de seus pensamentos, assim dizendo para o carinho:
-Já que você está no ócio, como eu, eu tive uma ideia.
-Ora, se for de bom grado para nós dois, tudo bem.
- Então lá vai: Vamos dançar.
-Dançar? Mas paixão, eu não sei dançar.
 Depois de muita insistência, a paixão conseguiu convencê-lo de que dançar era uma boa ideia. 
-Ok, ok. Vamos dançar, mas que ritmo vamos dançar? Salsa? Merengue? Que tal valsa?
-Bom... Eu tinha pensado em dançar algo como sertanejo ou algum ritmo mais melódico.
 Criou-se assim então mais uma discussão: Qual é o ritmo que eles dançariam?
 Foi então que a paixão teve mais uma de suas boas ideias:
-Carinho, eu já sei, por que nós não damos as mãos, ouvimos o som que vem de dentro de nós e... Simplesmente nos deixamos levar?
-Se é assim que quer, paixão, assim será!
 E assim foi, não havia música, mas havia melodia, algo que vinha de dentro dos sentimentos mais puros, mas não podia ser ouvido por que não sente. Naquele dia todo o sistema nervoso ficou calmo, como criança que acaba de nascer e vê o rosto da própria mãe pela primeira vez. Mas no fundo, era o que estava acontecendo, porque ali nascia a matéria prima dos sentimentos mais nobres. Ali nascia o amor, o sentimento maior, o sentimento além, que se define como tudo e nada, sombra e luz, nascer e morrer com uma só alma, mas dividida em dois corpos.
 Naquele dia o coração deixou de lado toda a ambição ruim, toda a ganância, todo sentimento impuro que havia dentro dele, para dar lugar ao carinho, esperança, paixão... Enfim, ali nascia o amor. 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Mulher Lua

A meia noite, a mulher lua, refletida em meus olhos, me encanta enquanto eu canto, acompanhado do meu violão. Do outro lado do mundo, ou do universo, está Carina, uma bela menina, de pele clara e olhos escuros, que atrás de um sorriso sombrio disfarça algo que luto para descobrir. E em meio as areias do tempo, achar uma maneira, achar uma maneira de chegar até ela e sentir o sopro suave da sua voz, ver o vento balançar o seu cabelo, trocar palavras de afeto. Espero ansiosamente te encontrar, Mulher Lua.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Meia poesia para a garota de belos cachos da escola (que é amiga da Miliane)



Em seu rosto
Um desgosto encantador
Seus cachos negros, como a alma
Não é calma, vaidosa
Não se esvai, não é bondosa
 São poucos os sorrisos que enfeitam seu rosto
É mais fácil que se veja uma face de desgosto
Tudo isso é o que me fascina
Qual o motivo de falsos sorrisos, se nada te ilumina?

O falso prisma




Me dizem que ela é a cidade cinza
Mas lá meu coração se enche de cores
Também me disseram que aqui haveria o prisma
Mas aqui vivo sem amores

Sem amores, sem cores e sem destino
Sem clamores, sem flores, são apenas dores
Sou um homem que sonha em realizar seus sonhos
Mas não sabe como parar de tentar, de buscar, de sonhar
Até porque sonhar é tudo o que me resta
Porque aqui nem acordado... presta

Mas calma, calma, nem tudo é só lamento
Olhando pro horizonte ainda se sente a brisa do vento

Mas são só...
Vidas inúteis
Problemas fúteis
Prantos desenfreados
Cantos desafinados
Essas são minhas noites
Entre a confusão e o açoite

Pra não dizer que não falei de amor



“Vem vamos embora que esperar não é saber”
Mas não sou eu quem escolho entre ficar e correr
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”
Se eu pudesse correria, mas esperar com que aconteça é só o que posso fazer
Se o sonho do amor é amar, e a punição é sofrer
Não seria melhor sonhar, ao invés de amor quase morrer?
Haveria mais poética morte, do que de amor acabar?
Como Romeu e Julieta pra toda a eternidade se amar!
Renato Russo queria saber quem foi que inventou o amor
Já Cazuza dizia que do seu amor só ele era inventor
Quem inventou não importa, o importante é amar
Amar o sol, as estrelas, o mar e quem te amar!

O amor e a estrela [Izabela (?)]



O amor, ah o amor. Amor para os poetas é como uma faca de dois gumes, que ao mesmo tempo que os deixa vivos, os fazem sofrer, eu não sou diferente. Cada um tem sua definição de amor, para alguns é como uma rosa, que tem suas belas pétalas, mas esconde espinhos. Já eu penso diferente, penso que o amor é como as estrelas, que nunca param de brilhar, mesmo que não às vejamos, ela continua lá, aliás, o amor não é qualquer estrela, o amor é a estrela Dalva, a primeira estrela da noite, depois do grandioso sol, é a estrela que mais brilha, e que na noite em que a lua resolve não sair, ela faz papel de lua e ilumina meu coração.
 Assim é o amor, que em noite que o carinho não vem, o amor vira lembrança e esquenta o coração com a esperança de amar de novo, de ter de volta em seus braços a pessoa amada. É como uma troca, o amor te dá esperança e assim você o mantém vivo. Assim é o amor!

Valor != Preço



Há tempos nos damos preços e estipulamos valores as coisas, mas de uns tempos pra cá todo este conceito foi perdido.
 Primeiro, o conceito de “preço” é totalmente diferente de “valor”. Preço é o que você dá às coisas que podem ser compradas, tocadas, vistas... Mas valor não, valor é diferente, valor é algo acumulado ao longo do tempo, que se distancia das coisas fúteis como beleza ou montantes de dinheiro que não compram nada além de ilusão. Valor é sentimento, é toque quente mesmo no frio, é acalanto nas noites de chuva, porto nas horas de partir, enfim, valor é sentimento!
 Mas hoje? Hoje não! Agora valor inexiste, o valor não nem mais valor nenhum.  Vendemos o “amor” por coisas inúteis, colocamos preços tão baixos nos nossos sentimentos que eles deveriam estar na prateleira de um mercadinho qualquer.
 O que será que tem “valor” hoje em dia? Roupas? Carros? Perfumes? Eu realmente não sei, mas acho que qualquer dia desses, essas pessoas que tratem sentimentos como artigo de troca um dia vão procurar um valor, e aí, o que vai acontecer?