terça-feira, 1 de abril de 2014

Faço a ti

Fazer-te livro
E ler-te inteira
Te fazer porto
Atracar na beira
Te fazer mar
Desbravar marés
Te fazer caminho
Caminhar a pé

Fazer-me vento
Tocar-te da cabeça aos pés
Me faço sorte
Mas tu nunca serás revés
Me faço água
Me moldo conforme teu corpo
Me faço barco
E de novo atraco em teu porto


Faço-nos tudo
Não faço nada
Quando eu sou mudo
Tu és calada
Quando eu sou mundo
És universo
E somos tão grandes
Que nunca caberia neste verso.


Nenhum comentário:

Postar um comentário