Tudo se resume a isto: Uma tourada.
Eu, o pobre touro, que mesmo sabendo do meu destino mortal, sem chance alguma, me deixo seduzir por ela, a toureira, que com sua roupa apertada e seus lábios cor de sangue, que atiçam todos os meus instintos mais primitivos.
A batalha se inicia na porta do coliseu, eu ainda calmo, pouco percebo o meu destino. Ela dá a primeira investida, se os reais toureiros balançam sua capa, ela lança beijos, mortíferos beijos ao vento, que doem por não ser em mim, isso sim!
Me esquivo, bem, ao menos é o que eu acho que acontece, pois na verdade quem comanda esta batalha é ela, com seus graciosos movimentos de corpo e olhar.
Me ponho no centro da arena, lugar perigoso, pois apesar de ser apenas um touro, aquele lugar é onde meus espíritos e pensamentos me atormentam:
- HAHA, aquele beijo nunca será seu, mas minha nossa, como ela é gostosa!
Ela percebe que estou enfraquecido e manda outra rajada de ilusão, ou seria desilusão? Não sei bem, só recebo o golpe e parto de cabeça baixa.
Agora sei o por quê das pessoas repudiarem os touros, se a dor do touro for tão grande quanto essa, bem... Ele morreu em miséria.
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