sábado, 8 de março de 2014

A saga da pequena nuvem [Izabela]

Certa vez, uma nuvem serena, tranquila, a vagar pelo céu, resolveu ver o mundo, vagar por outros lugares, 
ver coisas diferentes da cidade. Resolveu a nuvem então, começar pela floresta, voltar a sua origem, 
reencontrar as arvores e tocar a face das montanhas, mas isso não a contentava, afinal, ela já tinha visto tudo 
aquilo, então, resolveu ela procurar algo novo, vagou assim rumo ao litoral. A pequena nuvem nunca havia 
visto o mar, as ondas, os cardumes e recifes de corais. Foi uma longa viagem, quando a nuvem já estava 
desacreditada de encontrar o mar, ele veio com toda sua imensidão, sua beleza, seu encanto, era 
inimaginável, da cor do céu, com ondas fazendo suas curvas, toda a sua complexidade, toda a sua 
simplicidade, um algo suave com seus momentos de fúria, enfim, tudo isso com que a pequena nuvem se 
apaixonasse pelo grande mar, mas não fora só isso, o mar em um ato desconhecido pelo homem se 
encantou em reciprocidade pela nuvem , fora algo encantador, como que em um só olhar tudo aconteceu.
  Foi a nuvem então em busca de um amor, mas mal percebeu ela que era presa aos céus, não podia a 
nuvem sair de lá, era como uma livre prisão, que só a prendia longe de seu amor. Teve então o mar uma 
ideia:
 - Meu amor chore, quando as nuvens choram, elas viram água e juntam-se ao mar.
 Assim então fez a nuvem, chorou, chorou-se toda, chorou-se de alegria por saber que assim poderia ter seu 
amor, porem, uma surpresa, quando foi a nuvem ao mar, apesar de restar sua consciência, a nuvem e o mar 
viraram um só, não da maneira figurada, mas sim literalmente, não poderia a nuvem amar o mar se os dois 
eram um só, não haveria beijo, carinho... Nada, sendo assim como poderia haver amor? 
 Então o mar (e a nuvem) pediu para o sol brilhar, brilhar tanto a ponto de a pequena nuvem evaporar e 
voltar ao seu estado natural, no céu, longe do mar, e assim foi.
 No céu, triste, se controlando para não chorar-se novamente, a nuvem seguia desolada, enquanto o mar, 
furioso, agitado, naufragava todas as embarcações que via, de raiva.

Foi então que a pequena nuvem teve a ideia de sua vida. Pensou ela que, enquanto mar, todas as gotas eram 
uma só, um só caminho, apenas uma direção, porém, as nuvens, eram muitas, soltas, juntas, distintas, mas 
nunca uma só, sempre um bocado, então novamente pediu-se ao sol que brilhasse, mas claro, não se era 
possível fazer todo o mar em uma só nuvem, mas bastava uma pequena e delicada nuvem, para perpetuar 
este amor, amor outrora impossível, mas para quem ama tudo se é possível fazer, e assim foi pelo resto dos 
dias. Quando as nuvens sentiam saudades do mar, choravam-se, mas depois retornavam ao céu, para 
provar que para quem ama tudo se é capaz de fazer.

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